Sopro do Coração

Para soprar o que vagueia cá dentro. Seja brisa, seja vento, o tempo passará por aqui.

30 setembro 2006

Mais do mesmo

Hoje estou naqueles dias em que a minha mente passa o dia no mundo das Ideias.
E porque lá passei hoje, digo que uns defendem a crítica vitalícia (é o tipo de crítica que se diz bem ao mal de uma pessoa até ela morrer, sem nunca se mudar de opinião sobre ela), outros vão mudando de opinião conforme as circunstâncias e os momentos, tendo sempre presente que as pessoas podem mudar. Mesmo que não mudem podem fazer uma boa coisa (ou má, conforme a pessoa).
O debate era sobre Paulo Portas. As opiniões eram a minha e de um amigo meu.
Na semana passada li uma crónica do ex-político, ex-jornalista (que parece ter voltado ao activo recentemente, ou pelo menos demonstrado o interesse), ex-heterossexual referido anteriormente, que me surpreendeu pela positiva. A biografia que escreveu sobre "o pai dos turcos", Ataturk, estava muito bem escrita na minha opinião. Consigo ver que uma pessoa de quem não gosto (por uma série de razões que um dia vos poderei enumerar) escreveu uma coisa que me disse alguma coisa. Resumindo, tive prazer em ler a crónica de Paulo Portas!
Ao crontário de mim, esse meu amigo que também não gosta do PP, recusa-se a ler qualquer coisa escrita pelo cujo. Acho que lhe dá nojo.
Porquê esse preconceito e tabulação, quando as pessoas mudam constantemente. Afinal não queremos todos ser pessoas melhores? Não lutamos todos para a perfeição das coisas? (Apesar de sabermos, pelo menos eu sei, que essa perfeição nunca vai existir). Mas o que importa é que lutamos por ela.
E não poderá o Paulo Portas tornar-se uma pessoa melhor?
Somos demasiado rápidos a julgar os outros. Mas às vezes esquecemo-nos que temos telhados de vidro...

23 setembro 2006

Despertando. Aos poucos...

Estava a ver um anúncio, onde três belos exemplares do sexo feminino andavam por cima de uma prancha no mar. Instantaneamente pensei (num pensamento que não tem nada a ver): Porque é que o mundo está como está? Assim, a auto-destruir-se, com a ganância de se ter cada vez mais. Com uma insaciedade inexplicável para se querer mais, um não contentamento com o prazer de hoje. Apenas uma ressalva. Quando falo em se querer mais, não tenho nada contra. O que me aflige, é o querer mais do que está à nossa volta, em vez do querer mais de nós.
Onde entramos nós, a nossa essência no mundo? Porque não olhamos mais para dentro? para nos apercebermos que não precisamos da maioria das coisas que nos rodeiam e que o afecto é uma carência geral.
A preocupação impera. O stress aumenta. A insegurança. A dúvida.
Queremos viver para o prazer de amanha, ou queremos viver o prazer de hoje.
Já António Variações dizia:
"É pr' amanhã, bem podias viver hoje,
porque amanhã quem sabe se vais cá estar.
Ai, tu bem sabes como a vida foge,
mesmo de quem diz que está para durar.
Foi mais um dia e tu nada viveste,
deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste,
então tu queres , mas é tarde demais."
E quanta razão nas suas palavras. Tanta sabedoria. Avisam-nos. Mas, por vezes, estamos muito ocupados e não temos tempo. Tempo que poderiamos disfrutar sendo alegres, felizes. Sentindo-nos bem. Connosco, com a vida. Mas o ser humano é um ser muito estranho. Escolhemos os caminhos mais difíceis, os mais cansativos, para chegar ao mesmo destino: a Felicidade.
O Tempo engana-nos. Parece longo, mas quando damos por ele já passou. E com ele o momento, a oportunidade. Não vivemos. Não nos sentimos vivos.
Não merecerá isto uma reflexão mais profunda da nossa parte. É só para evitar que cheguemos a um ponto, em que já não haja mais volta. Não vale a pena tentar antes que seja tarde demais?
Para mim e para o poeta "tudo vale a pena se a alma não é pequena!"

12 setembro 2006

Silenciosamente

Por vezes tenho a nítida noção da espada que fica apontada para mim... Uma sensação estranha que não permite que as palavras se soltem e gritem o seu pleno significado. Por vezes também me pergunto se será por falar demais. Estará a voz a tirar lugar ao ouvido? Oxalá não. Espero no fundo de mim que não. Mas essa sensação apega-se, como se de um íman se tratasse.
Ouvir o sussurro, ouvir o que não está dito, ouvir o que grita de dentro de nós... Ouvir o silêncio.
Tudo quer ser ouvido, mas ninguém quer ouvir. Ficamos quedos para não perturbar, muitas vezes tendo esta tal sensação. Estranha. Que permanece no falar e sossega no silêncio. Adormece.

07 setembro 2006

Introdução

Mais um para a lista, é verdade. Mas isto dos blogs até dá jeito. Podemos-lhes aceder em qualquer pc (até no trabalho), é prático, é barato e dá milhões. Isto dos milhões era bom que fosse verdade, mais ainda se fossem milhões de neurónios em pleno funcionamento. Mas deixemo-nos de utopias!
O Sopro do Coração é perigoso. Dizem até que pode levar à morte. Há palavras que não ficam indiferentes ao sistema e cismam em encher-se de significado. Significado que só elas podem acartar, significado que não pode ser mudado. Significado que é o que é. Ou não, se interpretado por seres extra-terrestres, daqueles que não cedem ao todo e insistem em utilizar um neurónio (sim, outra vez esta palavra!), um que seja!
Bom, aqui fica um pouco do que poderá a vir a ser este endereço do mundo virtual... e mais não digo!
Vão aparecendo para beber umas caipirinhas e deitar conversa fora...aqui, no sítio do costume. Ou que vai costumar?!